A febre maculosa é uma doença infecciosa causada pela picada de carrapatos infectados por uma bactéria do gênero Rickettsia, sendo o carrapato estrela o principal transmissor.
Lamentavelmente, neste ano, a doença resultou em dois óbitos de pessoas no Rio de Janeiro. No estado, as áreas endêmicas são as regiões Serrana, Noroeste e Norte. Somente neste ano, foram notificados 40 casos suspeitos; oito foram confirmados.
Em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), orienta a população para que fique atenta e evite contato direto com o carrapato do gênero Amblyomma sculptum, mais conhecido como carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa.
No munícipio não há casos confirmados da doença este ano. Porém, em 2022, foram notificados 58 casos. Deste total, 9 foram confirmados e 49 descartados. Dos 9 casos de febre maculosa confirmados, 6 evoluíram para óbito.
“O período de férias escolares está se aproximando e é comum as pessoas irem para locais endêmicos, como próximos a rios e lagoas. A gente sempre lembra que, uma vez nesses locais, evitem contato direto com áreas alagadas e de mato alto. Caso o contato seja inevitável, é importante que alguns cuidados, como higienização do corpo e busca por carrapatos aderidos na pele, sejam tomados”, pontuou o médico.
Dicas
A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, mas por meio da picada do carrapato. Por isso, para preveni-la, o ideal é evitar estar em locais onde haja exposição a esses bichos ou adotar algumas medidas para quando estiver visitando alguma dessas regiões silvestres, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.
O Ministério da Saúde indica que, ao visitar uma dessas regiões de maior risco, a pessoa utilize roupas claras, que ajudam a identificar mais rapidamente o carrapato, que tem cor escura. Também é importante usar calças e blusas com mangas compridas e utilizar botas. Se possível, diz o ministério, deve-se prender a barra da calça à meia com fita adesiva.
Outra indicação da pasta é que pessoa utilize repelentes, principalmente os que tenham como princípio ativo DEET, IR3535 e Icaridina. Outra medida importante é evitar carrapatos nos animais de estimação.
Em visita a áreas de risco, o ministério alerta para que as pessoas verifiquem se há presença de carrapatos sobre suas roupas ou pele a cada duas ou três horas, removendo-os imediatamente para reduzir o rico de transmissão da doença. Segundo o ministério, é importante atentar-se inclusive para os micuins, a forma jovem do carrapato e que são mais difíceis de serem visualizados, mas também podem transmitir a doença.
Caso encontre carrapatos aderido ao corpo, é importante que a remoção seja feita com uma pinça, e não com os dedos. Também é importante não encostar objetos aquecidos ou agulhas para retirar o bicho. “Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença”, informa o ministério.
Após o uso, todas as peças de roupas devem ser colocadas em água fervente para a retirada dos carrapatos.
Os sintomas da doença estão relacionados frequentemente à febre, dor pelo corpo, dor de cabeça e manchas avermelhadas, quadro muito parecido com os sintomas de dengue e de leptospirose. Por isso, é importante que, ao chegar a uma unidade de saúde, o profissional seja informado de que a pessoa esteve em região de risco para a doença ou com incidência de carrapatos.
“Ela é uma doença que tem sintomas inespecíficos como febre, mal estar, dor de cabeça, náusea, vômito e dores musculares, que podem confundir com outras doenças. O que vai fazer o diferencial é o indivíduo informar que esteve em uma área silvestre, onde tinha a presença do carrapato”, explica Sandra Gomes de Barros.
A procura pelo serviço médico deve ocorrer rapidamente, assim que surgirem os primeiros sintomas da doença, que costumam aparecer entre 2 e 14 dias após a picada pelo carrapato infectado.
“Ao apresentar esses sintomas, procurar atendimento médico o mais rápido possível”, alertou Elen Fagundes, bióloga e coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses de Campinas, em entrevista à TV Brasil. Segundo ela, se o tratamento for iniciado rapidamente, “é muito possível que a evolução da doença tenha um curso favorável, com cura”.
*Com informações de TV Brasil