Membros de organização criminosa que atuava em Campos são presos no Paraguai

Por Lyandra Alves

Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e a SENAD prenderam, em em Si Hernandarias, no Paraguai, próximo da divisa com Foz do Iguaçu, nesta quinta-feira (24), os responsáveis por um empresa sediada em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense.

A A.C. CONSULTORIA E GERENCIAMENTO EIRELI. Gilson André Braga dos santos e Ana Claudia Carvalho Contildes são investigados pelos crimes de organização criminosa, crimes contra a economia popular e estelionatos.

De acordo com as investigações, a empresa atuava como pirâmide financeira, constituída no ano de 2016, com o objetivo de garantir robustez e aparência de licitude, angariando clientes para captação de valores sob a promessa de aplicação dos investimentos no mercado financeiro de criptos moedas, mediante pagamento mensal fixo de juros de 12%  a 30% por mês sobre o capital.

Após firmar diversos contratos, a empresa emitiu uma nota oficial comunicando que todos os investidores seriam rescindidos e os valores seriam pagos em um prazo de 90 dias (a partir de 1º de dezembro de 2021, data da “Nota Oficial”), o que não foi cumprido. As investigações também revelaram que uma outra empresa, a Gayky Cursos Ltda, foi criada pelos mesmos suspeitos para dar continuidade ao esquema. 

Há suspeitas com notícias de que Gilson e Ana Cláudia estariam aplicando o golpeno Paraguai, conforme vítima que foi entrevistada.

A investigação da Polícia Civil com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) conseguiu na Justiça o bloqueio online de valores disponíveis nas contas dos denunciados, de R$ R$ 1.964.815,96 milhões incluindo criptoativos e moedas estrangeiras, para ressarcir as vítimas.

No dia 28 de outubro, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados a cinco suspeitos. Apenas um foi preso, o xará Gilson Braga, outro suspeito de integrar a organização criminosa.

Atualmente, existem 75 anotações criminais no Estado do Rio de Janeiro, com um prejuízo total de quase 5 milhões de reais. Fora os casos que entram como “cifra negra” que são aqueles não registrados pelas vítimas.

Há estatísticas concluindo que nos últimos cinco anos, esquemas ponzi com criptomoedas causaram perda de R$ 40 bilhões a 4 milhões de brasileiros.

No total 5 pessoas estão denunciadas pelos crimes acima citados, assim foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva pela 1ª Vara Criminal especializada do Rio de Janeiro.

DINÂMICA DA FRAUDE

A AC abria contas para investidores e realizava as aplicações no mercado financeiro por meio das chamadas contas “copy”. A promessa era de que o investimento em criptomoedas daria um retorno financeiro de 12% a 30% ao mês.

Com o nome autoexplicativo as contas “copy” (cópia, em português), é uma cópia de outra conta, que permitia aos criminosos realizarem investimentos, incluindo compras e vendas de ativos. Os juros dos investimentos eram pagos, inicialmente, de modo a dar credibilidade ao negócio desenvolvido pela “empresa”.

Fonte: Polícia Civil

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