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Yeltsin Jacques bate recorde mundial e é bicampeão dos 1.500m nas Paralimpíadas

Brasileiro repete feito de Tóquio, conquista o ouro e puxa dobradinha com Julio Cesar Agripino, bronze; Raissa Machado é prata no lançamento de dardo

Por Rodolfo Augusto

Foto: REUTERS/Stephanie Lecocq

Yeltsin Jacques voltou ao topo do pódio dos 1.500m T11 das Paralimpíadas de Paris. Nesta terça-feira, o sul-mato-grossense de 32 anos quebrou o próprio recorde mundial da prova e puxou uma nova dobradinha com Júlio Cesar Agripino dos Santos, bronze na classe para pessoas com deficiência visual total. Nos 5.000m T11, Julio quem foi campeão com recorde mundial, e Yeltsin bronze.

´´Na semifinal já mostramos para o que viemos (ao liderar). Foi uma prova fantástica, repetindo o feito de Tóquio. Ganhar de novo com recorde mundial de novo… Estou muito feliz com todo o trabalho. Tive uma lesão, me recuperei, depois sofri com uma virose que acabou atrapalhando nos 5.000m, mas as expectativas eram as melhores possíveis. Nos 1.500m eu acreditava que conseguia até um pouquinho mais forte. Fiquei muito feliz de o Julio estar aqui e conquistar essa medalha também. O Brasil tem se tornado uma potência no meio fundo e no fundo. A gente vai ser inspiração para as próximas gerações´´, disse Yeltsin.

Assim como nos Jogos de Tóquio, Yeltsin dominou a prova e bateu o recorde mundial. No Japão, ele completou os 1.500m em 3m57s60. Em Paris, correu para 3m55s82 com o guia Guilherme Santos. O etíope Yitayal Silesh Yigzaw ficou com a prata (4m03s21), e Julio Cesar completou o pódio com o guia Micael dos Santos (4m04s03).

Na final desta terça, Julio puxou o pelotão na primeira volta. O equatoriano Jimmy Caicedo tentou escapar na segunda volta, mas logo no início da terceira volta foi Yeltsin quem disparou e não largou mais a liderança, só abriu vantagem em busca do recorde mundial, deixando a briga pelo segundo lugar. Julio ficou na segunda posição até a metade da última volta, quando foi ultrapassado pelo etíope, mas segurou o ataque do japonês Kenya Karasawa na reta final para assegurar o bronze.

´´Foi uma prova dura. dei o meu melhor. saio feliz, de cabeça erguida, com duas medalhas paralímpicas. Parabéns ao Yeltsin. Fiquei muito feliz pelo recorde mundial dele e pela nossa dobradinha. Somos uma potência nessas provas. Isso mostra o poder da nossa seleção. Estamos muito feliz´´, disse Julio.

Yeltsin nasceu com baixa visão. Ele iniciou no atletismo para ajudar um amigo totalmente cego a correr e começou a competir nas Paralimpíadas Escolares de 2007. Nos Jogos de Tóquio, foi campeão tanto nos 1.500m como nos 5.000m T11. Com as duas medalhas de Paris, chegou a quatro pódios em Paralimpíadas. Tem também cinco medalhas em Mundiais, incluindo dois ouros.

Julio Cesar Agripino, por sua vez, foi diagnosticado com ceratocone, uma doença degenerativa na córnea, aos sete anos. Ele era atleta convencional do atletismo e migrou para a equipe paralímpica por meio dos treinadores do Centro Olímpico. Desde então, ele disputa na classe T11, categoria dos atletas com deficiência visual. Na lista de conquistas do brasileiro, também estão o ouro nos 1.500m e prata nos 5.000m no Mundial de Kobe, em 2024. Além do ouro nos 1.500m e bronze nos 5.000m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023.

Raissa Machado é prata no lançamento de dardo

Raissa Machado conquistou mais uma medalha para o Brasil no atletismo nesta terça-feira. A brasileira foi prata no lançamento de dardo F56 (classe destinada a atletas que competem sentados) ao lançar em uma distância de 23m51. Raissa conseguiu a marca logo na primeira tentativa, disputando o pódio desde o início da competição.

A brasileira queimou a segunda chance, mas conseguiu 21m76, 22m39, 21m91 e 23m07 nos outros lançamentos. O ouro foi para Diana Krumina, da Letônia, que fez 24m99. A chinesa Lin Sitong (22m35) ficou com o bronze.

´´Estou muito feliz, tem dias e dias de atletas, tem dias que a gente não está muito bem. Eu acordei muito bem, mas meu corpo não respondeu como eu gostaria, agora é pensar em 2028 e ter foco no ouro. Hoje dei meu máximo e o melhor foi a prata no momento e estou feliz. Acordei sabendo que uma medalha seria minha, independentemente da cor´´, disse Raissa após a prova.

Essa é a segunda medalha de Raissa em Jogos Paralímpicos. Em Tóquio 2020, ela também foi prata na mesma prova.

Brasileiros avançam às finais

Duas brasileiras avançaram à final dos 100m T13 (classe para pessoas com baixa visão). Rayane Soares Silva quebrou o recorde das Américas com o tempo de 11s90 e só ficou atrás da azeri Lamiya Valiyeva, com 11s81. Gabriela Ferreira levou a última vaga na decisão, em oitavo lugar, com 12s76.

Nos 400m T37 (classe para pessoas com paralisias cerebrais), Bartolomeu Chaves liderou sua bateria com 52s34. No geral, avançou à final com o quarto melhor tempo.

Pela prova dos 100m da classe T47 (limitações nos membros superiores), Maria Clara Augusto fez o quarto melhor tempo da primeira bateria e ficou em oitavo lugar no quadro geral. A brasileira se classificou para a final com o tempo de 12s63.

Fernanda Yara também estava na disputa e ficou logo atrás de Maria Clara, em nono, mas não conseguiu se classificar para a decisão. Ouro nos 400m, Fernanda fez o tempo de 12s64 nesta terça-feira, sendo a quinta da segunda bateria.

Fonte: GE

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