O que aconteceu
Lula tem cobrado com frequência ações da organização no combate às guerras. “É inexplicável que o Conselho da ONU não tenha autoridade moral e política de fazer com que Israel sente numa mesa para conversar ao invés de só saber matar”, disse Lula, em viagem ao México, nesta terça (1º).
O brasileiro também tem sido uma das principais vozes internacionais contra as ações do premiê Benjamin Netanyahu, mas o tom voltou a subir com os ataques ao Líbano. Até esta manhã, cerca de 3.000 brasileiros que moram no Líbano já pediram ajuda para deixar o país diante da escalada de violência na região, segundo informações do governo do Brasil.
A estimativa do Itamaraty é que 20 mil brasileiros vivam no Líbano. No ano passado, o governo fez uma grande de operação de retirada de brasileiros na Faixa de Gaza, após o início do conflito, em 7 de outubro.
A guerra já se tornou regional. Nesta tarde, o Irã iniciou ataques a míssil contra Israel. Cerca de 100 mísseis foram lançados em duas ondas, com uma diferença de dez minutos entre as duas.
Lula pediu reformulação da ONU
Lula propôs a realização de uma conferência para revisar o estatuto e a composição da ONU durante encontro do G20, em Nova York, na semana passada. A proposta seria uma espécie de constituinte, com base no artigo 109 da Carta da ONU, de 1945.
Para aprovar a convenção, é preciso dois terços dos 193 países integrantes e nove votos do Conselho de Segurança da ONU. O poder de veto dos cinco membros permanentes não pode ser aplicado. O texto diz que, caso haja aprovação de dois terços dos países-membros e de todos os membros permanentes do Conselho de Segurança, a carta de 1945 poderá ser alterada.
Isso pode impactar, por exemplo, na quantidade de membros permanentes do Conselho de Segurança. É uma luta antiga de Lula, que voltou a pedir “uma ampla reforma” na ONU. “A organização passa por uma crise de confiança que precisa ser estabelecida. Não precisamos nos furtar de mudanças estruturais”, disse.
“O Brasil considera apresentar proposta de convocação de uma conferência de revisão da carta da ONU com base no seu artigo 109. Cada país pode ter sua visão quanto ao modelo de reforma da governança global ideal. Mas precisamos todos concordar quanto ao fato de que a reforma é fundamental e urgente”, Lula, em fala na ONU.
Fonte: UOL