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Ministério Público solicita cassação do registro de candidatura de Bruno Pezão em Campos

O objetivo da Promotoria é garantir a imparcialidade e a integridade do pleito eleitoral

Por Redação

Foto: Reprodução

O Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio da 76ª Promotoria Eleitoral, protocolou nesta quinta-feira (03) uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o vereador e candidato à reeleição em Campos dos Goytacazes, Bruno Fernando Santos de Azevedo, popularmente conhecido como “Bruno Pezão”. A ação também inclui membros de sua equipe de campanha, sob a acusação de abuso de poder político e econômico, além de envolvimento com uma organização criminosa.

A investigação foi desencadeada por suspeitas de que Pezão teria recebido apoio de José Ricardo Rangel de Oliveira, vulgo “Ricardinho”, um narcotraficante conhecido por liderar o tráfico de drogas na localidade de Campo Novo e região. De acordo com o inquérito policial, o candidato utilizou recursos financeiros não declarados para financiar sua campanha, além de empregar coação e intimidação de eleitores. As táticas de pressão incluíam a presença de armas de fogo e ameaças diretas feitas por membros da organização criminosa.

Um dos episódios mais graves relatados na Ação ocorreu em julho de 2024, quando “Ricardinho”, que está preso há cerca de 10 anos no Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, participou de uma reunião com eleitores através de um telão. A transmissão, feita diretamente de sua cela, foi usada para demonstrar apoio ao vereador Bruno Pezão, com “Ricardinho” exigindo que os eleitores também apoiassem o candidato. O MPE considerou essa ação uma clara violação da livre manifestação do voto, configurando um verdadeiro “curral eleitoral” controlado pela organização criminosa.

O Ministério Público Eleitoral solicita na AIJE a cassação do registro de candidatura de Bruno Pezão e sua inelegibilidade por oito anos, conforme previsto pela Lei Complementar nº 64/1990. Além disso, o MPE pede a anulação de todos os votos atribuídos ao candidato e que eles sejam excluídos da contagem da coligação ou partido ao qual pertence.

A ação foi embasada em provas e depoimentos coletados ao longo da investigação policial, que revelaram fortes indícios de práticas ilícitas com capacidade de comprometer a legitimidade das eleições em Campos dos Goytacazes. O objetivo da Promotoria é garantir a imparcialidade e a integridade do pleito eleitoral, assegurando que as eleições ocorram sem influências criminosas.

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