Uma semana após Deolane Bezerra ser solta, familiares da advogada e influenciadora continuam fazendo divulgação de “publis” e anúncios do “Jogo do Tigrinho”. Deolane foi presa na Operação Integration deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e jogos de azar. Além da influenciadora, sua mãe, Solange Bezerra, também ficou presa por quase 20 dias.
Enquanto Deolane, a mãe e outros investigados estão proibidos de fazer divulgação dos jogos, a família dela segue lucrando com o negócio. Irmã caçula de Deolane, Dayanne Bezerra Santos segue divulgando jogos on-line. No Instagram, ela mostra vídeos de uma tela onde supostamente está tendo ganhos com o game Fortune Rabbit, jogo da família do “Tigrinho”. Quando a influenciadora ainda estava presa, a irmã continuou divulgando as apostas e fazendo outras publicidades, como da linha de cosméticos que tem com Deolane e Daniele Bezerra.
Uma movimentação financeira de Dayane foi o estopim para a investigação da Polícia Civil de PE chegar em Deolane, foi um deslize da irmã caçula da doutora. Em novembro de 2023, ela tentou sacar R$ 2 milhões, em espécie, para comprar um imóvel em São Paulo.
Uma das pessoas do clã Bezerra continua lucrando com joguinhos é o filho mais velho da advogada. Giliard Santos segue divulgando o “tigrinho” nas redes sociais.
“Essa está top. Vamos de marcha, rapaziada. Comecei com R$ 2.500 e já veio logo um ganho de R$ 600”, disse o filho de Deolane, que se denomina como apostador profissional no Instagram. Giliard seguiu fazendo pelo menos mais dois stories mostrando aos seguidores que está apostando e tendo supostamente ganhos expressivos.
Outro que também está fazendo publicações de jogos é Danilo Brito, marido de Solange. O padrasto de Deolane compartilhou vídeos jogando na plataforma veleiro 777, e outros variantes do “tigrinho”. Uma sobrinha da advogada, ainda menor de idade, segue os passos da família na divulgação de bets nas redes sociais.
Deolane usava mãe e filho como laranja, segundo investigação: movimentação de milhões em meses
Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, estão soltas, mas ainda são alvo da polícia civil de Pernambuco e do Ministério Público, pelo crime de lavagem de dinheiro através de jogos de azar. Pouca gente, porém, entendeu até agora os motivos que levaram a mãe da advogada à prisão, já que, diretamente, ela não é uma garota-propaganda das bets, empresas de apostas, citadas na Operação Integration, cujo inquérito o EXTRA teve acesso na íntegra.
Acontece que, além de sua conta bancária pessoa física e as de suas empresas, Deolane recebia e emitia altos valores através de uma conta no nome da mãe, aberta há menos de dois anos numa agência do Bradesco, em São Paulo.
Com renda mensal declarada de R$ 10 mil e sem registro profissional, Solange chamou atenção do banco quando suas transações ultrapassaram em muito essa quantia. Sócia de uma empresa de vestuário e outra de cobrança, ela passou a ser monitorada pelo Sistema de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro por conta das “movimentações atípicas no mês de dezembro”, apenas 30 dias depois de abrir sua conta.
Entre 01/12/2022 a 21/01/2023, ela recebeu R$ 478.973,61, sendo 7 transações dela para ela mesma, no valor total de R$ 109 mil, e o restante da Pay Brokers Cobrança e Serviço, em sua maioria. Solange debitou da conta, em poucos dias, R$ 475.854,45. A maior parte deste montante justamente “devolvida” para a Pay Brokers Cobrança e Serviço, pertencente a Darwin Filho, dono da Esporte da Sorte, um dos investigados no esquema, e contratante de Deolane como garota-propaganda de seus joguinhos.
No relatório da COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Solange é descrita da seguinte maneira:
A conta de Solange no banco foi fechada após a conclusão de improbidade. Assim como a do neto, de apenas 17 anos. O menor, que completa 18 anos em novembro, aparece no inquérito policial, como um dos laranjas usados no esquema de Deolane para lavar o dinheiro ilegal.
Também foi feito pela COAF um relatório sobre o jovem, pelas mesmas movimentações suspeitas, já que como renda declarada ele tinha mensalmente R$ 2.033,29, o que não ampara os créditos recebidos por ela em seis meses: R$ 1.393.959,84.
“SUSPEIÇÃO: Chama atenção a incompatibilidade entre a renda mensal e o volume transacionado a crédito no período analisado, o que pode indicar que cliente tenha parte de sua movimentação na informalidade e/ou recursos transacionados sejam provenientes de atividades não declaradas. Cabe observar que ocorreram transações expressivas com sua avó SOLANGE ALVES BEZERRA SANTOS sem justificativa aparente, adicional às mídias desabonadoras para sua mãe”, diz o órgão.
Fonte: Extra