A Polícia Civil realizou nesta terça-feira (22) a Operação 13 Aldeias, que desarticulou uma quadrilha responsável por aplicar golpes via celular de dentro dos presídios. A organização criminosa movimentou cerca de R$ 70 milhões entre janeiro de 2022 e maio deste ano. Nesta primeira fase, foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, com ações em diversas cidades, incluindo São João da Barra. Também houve bloqueio de contas correntes e ativos financeiros de 84 investigados, além do afastamento de cinco policiais penais suspeitos de envolvimento no esquema.
As diligências da operação acontecem em diferentes locais do Rio de Janeiro, como Copacabana e Irajá, além dos municípios de São Gonçalo, Maricá, Rio das Ostras, Búzios e São João da Barra. Também há ações no estado do Espírito Santo. Simultaneamente, a Polícia Penal realiza intervenções nos presídios onde estão os líderes da facção criminosa.
A investigação revelou um complexo esquema de lavagem de dinheiro, que envolve laranjas e empresas fantasmas. Essas práticas serviam para financiar as atividades do grupo criminoso, conhecido como “Povo de Israel”, surgido em 2004 após uma rebelião que gerou uma dissidência entre detentos. Atualmente, a facção possui cerca de 18 mil membros e controla 13 unidades prisionais, chamadas internamente de “aldeias”, o que representa 42% da população carcerária.
Segundo a polícia, os criminosos utilizaram recursos provenientes do tráfico de drogas e extorsões, incluindo golpes de falsos sequestros, para movimentar os R$ 70 milhões. As autoridades seguem trabalhando para identificar mais envolvidos e desmantelar a estrutura financeira da organização.