Soldado da PM que jogou homem de ponte é preso em São Paulo

Soldado Luan Felipe Alves Pereira foi transferido para o presídio Romão Gomes, da Polícia Militar, na capital paulista

Por Rodolfo Augusto

Reprodução/Redes sociais

O policial militar Luan Felipe Alves Pereira, que jogou um homem do alto de uma ponte na Cidade Ademar, bairro da Zona Sul de São Paulo, foi preso na manhã desta quinta-feira (5). A decisão é do juiz militar Fábricio Alonso Martinez Della Paschoa. 

A Justiça Militar aceitou o pedido da Corregedoria e decretou a prisão preventiva do soldado, que estava cumprindo funções administrativas após ser afastado das atividades. Ele foi transferido para o presídio Romão Gomes, da corporação, na capital paulista.

O soldado está na corporação há oito anos e já foi investigado pela morte de um suspeito com 12 tiros durante uma perseguição em Diadema, na Região Metropolitana de São Paulo, em 2023. Na época, o Ministério Público entendeu que Luan Felipe Alves Pereira agiu em legítima defesa e arquivou o inquérito em janeiro deste ano. 

Além de Luan Felipe Alves Pereira, outros 12 policiais, segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, foram afastados das atividades envolvidos no caso. Em nota, a instituição afirmou que repudia veementemente a conduta ilegal e instaurou um inquérito para apurar os fatos e responsabilizar todos os agentes.

O homem jogado pela ponte foi identificado como o entregador Marcelo do Amaral, de 25 anos, ele caiu de uma altura de cerca de três metros. Ele estava sendo perseguido por estar em uma moto sem placa. A vítima foi socorrida por testemunhas. 

Segundo o governo de São Paulo, o caso também é investigado em inquérito pela Polícia Civil, por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 2ª Seccional que atua para localizar e ouvir a vítima.

Relembre o caso 

A imagem mostra o momento em que um grupo de pelo menos três policiais militares conduzem um homem até a beirada da ponte, nas imediações do córrego. Ele estava com as mãos para trás, rendido, quando um dos agentes levanta o homem e o arremessa no córrego.

Outro vídeo mostra um corpo boiando no córrego, com roupas parecidas com as do homem que foi arremessado. Não foi confirmado se o corpo é o mesmo do homem jogado pelo PM.

Os agentes que participaram da abordagem foram identificados e já estão prestando esclarecimentos à Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública declarou que a Polícia Militar repudia “veementemente” a conduta ilegal adotada pelos agentes. “Assim que tomou conhecimento das imagens, a PM instaurou um inquérito policial militar (IPM) para apurar os fatos e responsabilizar os policiais envolvidos nessa ação inaceitável”.

O que diz o porta-voz da PM 

O chefe da comunicação da Polícia Militar de São Paulo, coronel Emerson Massera, declarou que todos os policiais envolvidos vão responder da mesma forma: tanto os que jogaram o homem da ponte, quanto os que estavam com esses agentes. 

Para ele, os agentes que presenciaram a ação deveriam ter socorrido o homem jogado da ponte pelo policial e deveriam ter efetuado a prisão em flagrante. 

Eles estavam usando câmeras corporais, que serão analisadas pela Corregedoria da Polícia Militar para entender toda a ocorrência, desde o início até o momento em que o homem é jogado da ponte. Segundo informações iniciais, os agentes estavam no local para dispersar um baile funk. 

Providências serão tomadas, declarou Tarcísio de Freitas 

governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou nesta terça-feira (3) que “providências serão tomadas” após a repercussão dos casos de violência envolvendo policiais militares. 

Em publicação nas redes sociais, o governador mencionou os casos do policial que joga um homem do alto de uma ponte em um córrego e o de um agente à paisana que atirou em um jovem pelas costas no estacionamento de um supermercado. Os dois casos aconteceram na Zona Sul de São Paulo. 

“A Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza, acima de tudo, pelo seu profissionalismo na hora de proteger as pessoas. Policial está na rua para enfrentar o crime e para fazer com que as pessoas se sintam seguras”, escreveu Tarcísio de Freitas.

“Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos. Além disso, outras providências serão tomadas em breve”, completou o governador.

Fonte: Band Jornalismo

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