O município de Campos já contabilizou 166 casos de dengue no primeiro mês de 2025. No mesmo período de 2024, foram registrados 278 casos da doença, além de cinco casos de chikungunya confirmados laboratorialmente. Atualmente, a cidade investiga um óbito com quadro febril hemorrágico, que já foi descartado como caso de arbovirose e segue em análise pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio de Janeiro (LACEN-RJ) para outras doenças infecciosas.
De acordo com o diretor da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro, a maioria dos casos de dengue apresenta sintomas leves, como febre, dor no corpo e dor de cabeça, que geralmente se resolvem sem complicações. No entanto, alguns pacientes podem desenvolver quadros graves, com sintomas como hipotensão, sangramentos nasais, gengivais, na urina, nas fezes e nas cavidades internas do corpo, exigindo tratamento hospitalar imediato.
O especialista alerta que o aumento do número de casos de dengue também eleva o risco de complicações graves, como inflamações no sistema nervoso central e no coração. Além disso, a doença pode levar à síndrome de Guillain-Barré, condição em que o paciente perde progressivamente os movimentos dos membros e pode evoluir para insuficiência respiratória.
Embora não haja um tratamento específico para a dengue, é fundamental controlar os sintomas. Pacientes com febre e dor no corpo devem manter uma hidratação adequada e utilizar medicamentos como dipirona para aliviar os sintomas. O uso de anti-inflamatórios, antibacterianos e aspirina (AS) deve ser evitado, pois pode agravar a evolução da doença. Caso os sintomas persistam por mais de 48 horas, a recomendação é buscar assistência médica.
Rodrigo Carneiro reforça a importância da prevenção para reduzir a incidência de casos graves. A transmissão da dengue ocorre pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em locais com água parada. A população deve adotar medidas preventivas, como eliminar recipientes que possam acumular água e manter caixas d’água e reservatórios devidamente tampados, para evitar a proliferação do vetor.