A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos discutiram, em reunião do Conselho Deliberativo nesta quarta-feira (12), a possibilidade de ampliar as mobilizações contra medidas adotadas pela gestão da Petrobrás. Entre as ações sugeridas, as entidades sindicais indicam às assembleias a aprovação de uma greve nacional de 24 horas no dia 26 de março.
A decisão ocorre após duas reuniões tensas entre representantes dos trabalhadores e a empresa, que debateram questões relacionadas ao teletrabalho e à remuneração variável, em meio à divulgação dos resultados financeiros de 2024. Segundo a FUP, as negociações têm sido marcadas por falta de transparência e retrocessos em relação ao diálogo com a categoria.
Entre os pontos criticados pelos sindicatos está a política de distribuição de lucros da Petrobrás. A FUP afirma que a empresa destinou 207% do lucro aos acionistas privados, um percentual que, segundo a entidade, não tem precedentes na história da estatal e prejudica investimentos estratégicos para o desenvolvimento nacional.
Além disso, a federação alega que a empresa pretende reduzir em 30% o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), contrariando valores que teriam sido apresentados previamente em simuladores durante as negociações realizadas em dezembro de 2023.
Outro ponto de conflito entre a empresa e os sindicatos é a revisão do modelo de teletrabalho. A FUP argumenta que a atual gestão tem pressionado os trabalhadores a assinarem Termos Individuais de Adesão a um novo formato, antes mesmo do fim das negociações coletivas.
As entidades sindicais classificam essa postura como um desrespeito aos fóruns de negociação e um retrocesso em relação ao diálogo estabelecido após a troca de governo. A questão já havia motivado manifestações em janeiro e fevereiro, que resultaram na reabertura das discussões entre a empresa e os representantes da categoria.