Petroleiros realizam greve de 24 horas contra redução do home office e mudanças na remuneração

Os trabalhadores também reivindicam a criação de um plano integrado de carreiras e melhores condições para prestadores de serviço

Por Lyandra Alves

Foto: Divulgação/FUP

Os sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se preparam para uma greve de 24 horas nesta quarta-feira (26). A mobilização ocorre em protesto contra a redução dos dias em home office, a diminuição da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a falta de contratação de novos funcionários. Os trabalhadores também reivindicam a criação de um plano integrado de carreiras e melhores condições para prestadores de serviço.

Outro ponto da pauta dos sindicatos é o equacionamento do déficit do plano Petros, previdência complementar privada dos colaboradores da Petrobras. A estatal confirmou ter sido notificada oficialmente sobre a mobilização e afirmou manter um canal de diálogo aberto com as entidades sindicais a respeito dos ajustes no modelo híbrido de trabalho.

De acordo com Eduardo Henrique, secretário-geral da FNP, a discussão sobre o home office é um dos principais motivos para a greve. Ele lembra que, no último dia 26, já houve uma paralisação de 24 horas de funcionários administrativos sobre o tema.

Atualmente, os empregados da Petrobras trabalham presencialmente dois dias por semana, exceto os gerentes. A partir de abril, a empresa reduzirá em um dia o trabalho remoto, estabelecendo três dias presenciais por semana.

Os sindicatos também criticam a possibilidade de redução da remuneração variável, um pagamento extra ao salário vinculado ao desempenho do funcionário e da empresa. Em dezembro de 2023, a Petrobras apresentou um plano para cortar em 30% esse benefício, o que impactaria diretamente a PLR, o Programa de Resultados e Desempenho (PRD) e o abono anual.

A estatal defende que seu programa de remuneração variável inclui a PLR e que um acordo para o período 2024/2025 foi firmado com entidades sindicais e será cumprido integralmente.

A greve também expressa insatisfação com a gestão de Magda Chambriard à frente da Petrobras. Representantes dos trabalhadores afirmam que a relação com a categoria tem se tornado mais dura e reivindicam a ampliação dos canais de negociação. “A relação com os trabalhadores tem sido endurecida”, afirma Cibele Vieira, diretora da FUP.

Sobre a reivindicação por mais contratações, a Petrobras informa que já convocou mais de 1.900 novos empregados em 2024 e prevê a contratação de mais 1.780 trabalhadores em 2025.

A estatal reforça que os ajustes no trabalho presencial visam atender aos desafios da companhia, alinhados ao seu plano estratégico, e que propôs um acordo com duração de dois anos para definir as mudanças no modelo híbrido de trabalho.

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