Tarifaço de Trump afeta preço do petróleo e ameaça municípios da região

Segundo o secretário municipal de Petróleo, Energia e Inovação, Marcelo Neves, além da elevação tarifária de Trump, o aumento da produção também contribui para o preço do petróleo cair

Por Roberta de Jesus

Foto: Divulgação/Petrobras

Em vigor desde o último sábado (5), o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez o preço do petróleo despencar e já ameaça os municípios produtores da região. Segundo o secretário municipal de Petróleo, Energia e Inovação, Marcelo Neves, além da elevação tarifária de Trump, o aumento da produção também contribui para o preço do petróleo cair. Atualmente, o petróleo tipo Brent, referência mundial, fechou a US$ 64,95 por barril, uma queda de 10,73% no acumulado da semana passada.


— Isso impacta porque, com esse aumento tarifário, o medo de uma recessão global e diminuição do crescimento econômico mundial faz justamente com que a demanda por petróleo diminua. Então, o mercado de futuros está visualizando isso como uma possível queda na demanda mundial por petróleo. Aliado a essa questão do aumento da produção, você joga mais oferta no mercado, o que faz com que o preço venha a despencar. Isso deve impactar bastante a economia aqui da nossa região, que por mais que tenha mudado nos últimos anos e tenha diminuído a dependência dos royalties do petróleo, mas ainda tem um impacto muito forte na economia aqui dos municípios do estado do Rio de Janeiro e até mesmo no próprio estado do Rio — observou Marcelo Neves.


Ele destacou, ainda, que os setores produtivo e de serviços são os mais impactados diretamente. “Esse menor crescimento econômico impacta diretamente o setor produtivo e o setor de serviços, que já vem sendo fortemente pressionado por conta do aumento da taxa de juros no Brasil. A economia no estado do Rio tem no petróleo a sua grande força econômica, não só com as participações governamentais, mas também com todas as movimentações que a cadeia petrolífera gera, inclusive no Porto do Açu, que possui suas operações fortemente baseadas no petróleo”, disse o secretário.


Ainda de acordo com Neves, a redução nos orçamentos municipais compromete serviços essenciais, como saúde, educação, infraestrutura e serviços públicos em geral. “A própria circulação de renda nos municípios fica afetada também, pois a indústria do petróleo movimenta a cadeia de fornecedores, hotéis, restaurantes, transportes e comércio. Além disso, a redução de orçamento público impacta obras e programas sociais”, pontuou.


O secretário também elencou algumas medidas que o Município tem adotado, que podem amenizar os impactos. “O município vem investindo fortemente na diversificação da economia, como forma de minimizar impactos como esses. Essa diversificação vem ocorrendo com fomento a setores como turismo, energias renováveis, setor logístico e de serviços e agricultura. Aliás, nesse último, Campos hoje já é a maior produtora de soja do estado do Rio de Janeiro. Outra forma de minimizar os impactos e que o Município vem investindo é na qualificação profissional, preparando a população para aproveitar as oportunidades decorrentes desses novos investimentos resultantes da diversificação econômica”, concluiu.


A determinação que impõe uma tarifa adicional de 10% sobre todas as importações de todos os parceiros comerciais dos EUA entrou em vigor no último sábado. A taxação foi anunciada por Trump em evento na Casa Branca e publicada em uma ordem executiva da agência governamental US Trade Representative.

Fonte: Ascom Campos

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