A tecnologia tem se tornado uma das principais aliadas do Governo do Estado do Rio de Janeiro na garantia da segurança hídrica da população fluminense. A Cedae, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), reforça o compromisso com a gestão eficiente da água, utilizando soluções como sondas flutuantes, câmeras, drones e testes de balneabilidade. Esses instrumentos geram resultados essenciais, como a constatação de que a água da lagoa de captação do Sistema Guandu está tão limpa que é considerada própria para banho.
Desde setembro de 2022, o Programa Limpa Rio já desassoreou 1.886 trechos de rios, córregos, lagoas e canais nos 92 municípios do estado.
“Esta gestão entende que cuidar do meio ambiente, promover a transição energética, proteger os ecossistemas e avançar com responsabilidade e sustentabilidade é uma prioridade. Estamos implementando a maior política pública ambiental da história do estado, com a concessão do saneamento, e recuperando ativos fundamentais, como a Baía de Guanabara. Também reduzimos o desmatamento a níveis históricos e promovemos a economia azul, sempre alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, destaca o governador Cláudio Castro.
A Cedae está em fase de licitação para ampliar seu sistema de monitoramento ambiental na bacia dos rios que abastecem a Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, responsável pelo fornecimento de água para os municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Itaguaí e Queimados. O projeto prevê o uso de tecnologia para ações contínuas, em terra, na água e no ar, durante 24 horas por dia.
Entre os equipamentos que serão utilizados, destacam-se as câmeras espectrais — tecnologia de ponta semelhante à utilizada pela Nasa —, que emitem feixes de luz na água e detectam o retorno, identificando cerca de 20 parâmetros físico-químicos. Esse monitoramento permite identificar rapidamente acidentes ou o despejo clandestino de substâncias nos mananciais.
“Os equipamentos realizam a análise constante da qualidade da água, fornecendo dados e alertas em tempo real. Entre os parâmetros que serão analisados pelos especialistas, estão sólidos suspensos, turbidez, transparência, fósforo total, nitrogênio total, carbono orgânico total, clorofila, pH e temperatura, entre outros”, explica o diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon.
Tecnologia aprovada
Essa tecnologia foi testada e aprovada em 2024, quando a Cedae iniciou a instalação do sistema de monitoramento nos rios Guapiaçu e Macacu — responsáveis pela água captada pelo Sistema Imunana-Laranjal, que abastece Niterói, São Gonçalo, parte de Maricá, Ilha de Paquetá e Itaboraí.
A operação inclui uma frota de veículos para coleta de amostras, vistorias e intervenções, além de helicópteros e drones para monitoramento aéreo diário, com capacidade de alcançar áreas remotas e detectar atividades irregulares, como despejo de resíduos e desmatamento de matas ciliares. As equipes também contam com barcos, retroescavadeiras, caminhões guindaste e basculante.
Esse trabalho é fruto de um acordo de cooperação entre a Cedae e o Inea, órgão responsável pela preservação ambiental no estado.
No Inea, a gestão das águas inclui não apenas o monitoramento da balneabilidade, mas também ações intensivas de desassoreamento. Entre setembro de 2022 e fevereiro de 2025, o Programa Limpa Rio retirou mais de 8,3 milhões de metros cúbicos de resíduos de corpos hídricos em todo o estado.
Índice de Qualidade da Água e Balneabilidade
O Programa de Monitoramento Sistemático da Qualidade da Água do Inea acompanha, de forma contínua, a qualidade das águas de baías, lagoas, reservatórios e rios.
Uma das opções de lazer mais populares do estado, as praias do litoral fluminense são monitoradas sistematicamente para avaliação da balneabilidade — ou seja, a adequação das águas ao banho.
Atualmente, o programa conta com 272 pontos de monitoramento de qualidade da água: 39 em baías, 44 em lagoas, 7 em reservatórios e 182 em rios. Para balneabilidade, há 291 pontos de controle, sendo 197 deles em praias.
Laboratório LIBRA
Construído em 2022, o LIBRA — Laboratório Biológico de Rastreamento Ambiental —, vinculado à Gerência Guandu-Lameirão (GGL), realiza o monitoramento da água captada, da água em tratamento e da água já tratada na ETA Guandu. São mais de 35 pontos monitorados nos mananciais, com frequências diárias nos parâmetros mais críticos.
É o primeiro laboratório do estado com uma equipe fixa para controle sensorial da água tratada, apelidada de “sommelier de água”. O espaço conta com equipamentos de alta tecnologia, como cromatógrafos líquidos e gasosos, que detectam substâncias orgânicas na água.
Fonte: GOV RJ