Ao publicar um editorial no último dia 14, intitulado: “Apreço de Lula pela democracia flutua segundo conveniência”, o Jornal “O Globo”, marcou o início da virada da mídia tradicional, notadamente as Organizações Globo, acerca do estelionato eleitoral cometido por Lula nas eleições de 2022, já falado por mim em várias abordagens anteriores, principalmente no artigo: “Qual a diferença entre o 8 de janeiro e o 28 de julho?”, acerca do golpe mais recente de Maduro na Venezuela.
Por óbvio, nos dias de hoje, pouca importância tem um editorial de jornal, pouco lido, sem nenhuma influência na opinião de ninguém, fenômeno decorrente do avanço das redes sociais, hoje a verdadeira fonte de informação, desinformação, formação de opinião, entretenimento, propaganda, etc, tudo que substitua os veículos de opinião de uma maneira geral.
As Organizações Globo, hoje não conseguem mais determinar a opinião da população brasileira, graças a democracia das redes sociais.
Tampouco conseguem influenciar mais, como já influenciou muito o voto daqueles que seguiam as suas veiculações, como a versão dos fatos ocorridos no país, segundo a sua vontade.
Mas de qualquer forma, dentro do conjunto que ocorreu nas eleições de 2022, em sequência a uma pandemia cruel, onde as falas de Bolsonaro repercutiam por si mesmo, apesar dos seus atos de governo não representarem as suas falas, a propagação do seu desgaste, tanto pelos veículos tradicionais de comunicação, quanto pelas próprias redes sociais, deram curso a narrativas que ficaram no imaginário do eleitorado, causando um aumento da sua rejeição.
As falas de Bolsonaro, como se fosse contrário ao combate da pandemia, ou menosprezando os seus efeitos, realmente lhe causaram um estrago enorme, onde dificilmente famílias que perderam algum dos seus membros durante a pandemia, continuaram a apoiá-lo, aumentado a sua rejeição.
Bolsonaro não conseguiu emplacar a realidade dos fatos, segundo os quais ele efetivamente não deixou de fazer todo o necessário, principalmente com relação as vacinas, mesmo que fosse contrário a elas.
O que prevaleceu, foi que como era contrário as vacinas, ele teria retardado a sua utilização, fato absolutamente inverídico.
O estranho é que ninguém fala mais das vacinas, sendo os seus efeitos nocivos escondidos da população, assim como a razão de não ser mais necessário continuar com essa vacinação. Qual a razão?
Depois desse desgaste com a pandemia, foi muito fácil durante o processo eleitoral, construir a propaganda que a democracia precisava ser restabelecida, como se não houvesse democracia naquele momento, fazendo com que o establishment dos meios de comunicação, se unissem na defesa dessa propaganda, transformando, em falta de outra opção, Lula no baluarte da salvação da democracia.
Isso apesar do seu passado conhecido de defesa de ditadores pelo mundo, em seus governos anteriores, até mesmo perseguições a mídia, tendo inclusive até suspendido o visto do jornalista americano Larry Rohter, do The New York Times, por ter feito uma reportagem sobre o seu consumo de bebidas alcóolicas, no seu primeiro mandato.
Essa medida, depois revogada pela pressão, mostrava como era o seu senso de visão do poder, semelhante aos ditadores que ele apoia.
Durante a campanha eleitoral, Lula dizia que o país tinha virado um pária internacional, debaixo de Bolsonaro, que iria trazer de novo o Brasil para o centro dos debates, sonhando com um prêmio Nobel da paz, por tentar resolver as guerras do mundo.
O que assistimos agora? O Brasil realmente virou um pária internacional, bastando assistir em que mesa Lula se sentou na Rússia, para supostamente comemorar a queda do nazismo da segunda guerra, sentando-se com ditadores, em nada diferentes, de muitos daquela época, que foram combatidos.
Para até a mídia da Globo passar a realçar, que a democracia de Lula é de acordo com a sua conveniência, é porque a imagem ruim foi tão séria, que não dá para mais abafar o caso, até porque essa mídia já acha que Bolsonaro é carta fora do baralho, podendo se dar ao luxo de começar o descarte de Lula.
Para que a narrativa de que Lula defendia a democracia, é necessário o avanço do processo judicial de Bolsonaro sendo responsabilizado por uma baderna, transformada em tentativa de golpe de estado armado, realmente de forma célere, para que tudo que foi feito, possa ser agora referendado pela decisão judicial, que certamente virá com a condenação já anunciada de Bolsonaro.
Já haviam colocado Bolsonaro como inelegível, por uma reunião com embaixadores estrangeiros, para discussão do processo eleitoral, mas isso não era suficiente para sustentar a narrativa de que todos agiram corretamente, porque transformaram Lula em salvador de uma democracia, fato absolutamente falso, mas tudo se trata de mera narrativa, como aliás Lula já propagou em seus discursos.
Quando a gente vê o comportamento de Lula no governo, assistindo ao desperdício da grande oportunidade da história, de promover uma verdadeira pacificação do país, terminando com a polarização, dando uma verdadeira volta na história, assistimos exatamente ao contrário disso tudo.
Ao invés de querer passar para a história, como o verdadeiro solucionador da nossa crise, Lula optou por dobrar a aposta na crise, consolidando a polarização, tornando irreversível o avanço do extremismo, tendo de estimular narrativas para dar credibilidade ao discurso de restabelecimento da democracia, fazendo com isso perseguições de toda a natureza, perseguições essas , que dificilmente não se repetirão contra ele mesmo, depois de deixar o poder derrotado, dentre outras coisas, pela relativização da sua democracia.
Ou alguém acha que a foto ao lado do pária Putin é boa para a sua imagem de democrata? Que eleições livres Putin enfrentou para continuar no poder, sem antes prender ou matar os seus adversários?
E a nossa pujante democracia chinesa, para onde Lula rumou em seguida a reunião com Putin? Nesse caso ninguém ousa contestá-la, devido ao seu atual potencial econômico, que dirá militar.
Ou será que os demais ditadores presentes na bela foto em Moscou, servem para alguma referência de mudança de situação de pária, que atribuía a Bolsonaro?
Lula tomou posição na guerra da Ucrânia, sempre contra os ucranianos, assim como nos ataques terroristas do Hamas, segue agredindo o povo israelense, vítima dos abusos desses terroristas.
Lula tem lado, nunca mudou, sempre defendeu as ditaduras como a da Venezuela, que segue com os seus golpes de estado continuados, em simulacros de eleições livres inexistentes, com prisões e morte de opositores, a exemplo da Rússia, mas que não fazem Lula dar uma única palavra de combate a esses métodos.
Para isso que o Brasil iria voltar? Voltar para a defesa da falta de liberdade?
Aqui internamente, Lula passa por dificuldades, que somente a narrativa de acusações a Bolsonaro, pode lhe sustentar como viabilidade de reeleição na sua cabeça.
Só que isso é contraditório com o movimento real, Lula só tem chances de vitória em 2026, se tiver como adversário o próprio Bolsonaro.
Qualquer outra combinação que afaste o extremismo, será vitoriosa com apoio do mesmo establishment da mídia, que o ajudou a retornar ao poder, para evitar o mal maior para eles, que seria a continuidade de Bolsonaro.
Bolsonaro foi o responsável pelo afastamento da mídia tradicional da comunicação no país, pela consolidação das mídias sociais como instrumento de divulgação e informação, deixando os analistas de poltrona falando para pouca audiência,
Ocorre que durante o período da pandemia, essa mídia teve relevância naquele momento, pois a campanha do “ fique em casa, que a economia a gente vê depois”, foi boa para recuperar naquele momento parte da relevância dessa mídia, pois ao se colocar todos em casa, pela falta do que fazer, muitos passavam o dia vendo noticiários, que se pautavam em repercutir os deslizes verbais de Bolsonaro.
No término da pandemia, as pessoas voltaram para a sua vida, deixando de lado esses deslizes, mas com a memória viva, que era facilmente suscetível a campanha do restabelecimento de uma democracia, que sempre esteve e estará viva, apesar de qualquer governante temporário, mesmo aqueles que realçam ditadores sanguinários pelo mundo.
Só que o movimento de Lula, da volta do estado policialesco, do qual ele mesmo já foi vítima, pode acabar levando a ele a diversas situações absolutamente prejudiciais a ele.
O estado policialesco dos governos do PT já produziu pérolas que os atingiram até mais do que a seus adversários, tais como mensalão, lava-jato, dentre outros.
Só que esse estado policialesco, o qual eles sempre tentam controlar contra seus adversários, na maioria das vezes foge do controle, podendo provocar verdadeiros tsunamis, como parece que será a crise do “ roubo dos aposentados”.
Dificilmente o governo sairá ileso desse escândalo, principalmente na rejeição eleitoral.
Talvez Lula aposte que tirando Bolsonaro do jogo, derrotar alguém da sua família seria ainda mais fácil, pois não seria o Bolsonaro original, mas sim uma forma de genérico, que não teria as virtudes de Bolsonaro, mas poderia carregar a sua rejeição.
Essa aposta pode fracassar, pela vitimização de Bolsonaro, que poderá estar preso em momento de campanha, passando o mesmo que Lula passou na campanha de 2018, podendo optar por uma alternativa diferente da sua família, por um candidato de consenso do sistema político, visando ter a condição política de promover uma verdadeira anistia, que venha a tirá-lo de uma possível prisão já anunciada, além de livrar outras vítimas dos abusos judiciais que vem ocorrendo.
Mesmo que Bolsonaro opte por alguém da sua família, o seu papel de vítima lhe dará mais cacife, do que o discurso de políticas públicas, ou de natureza ideológica na campanha.
Mesmo assim, Lula aposta em espremer Bolsonaro cada dia mais, ao mesmo tempo que joga fora a sua máscara de defensor da democracia, ao sentar com os ditadores para comemorar as suas ditaduras, em uma junção de párias internacionais.
Ainda Lula tem de conviver com a sombra da sua mulher, que a cada dia que passa lhe causa mais constrangimentos políticos, revoltando até mesmo os seus companheiros.
Lula chegou ao ponto, de vir em entrevista coletiva, cobrar o vazamento do absurdo diálogo da sua mulher com Presidente chinês, sobre o suposto benefício do algoritmo da plataforma digital “ Tik Tok” a extrema direita, ou seja acusando a China de beneficiar a direita.
Ao invés de cobrar o vazamento, Lula deveria era conter o vazamento da sua própria mulher, que não foi eleita para sentar-se na mesa e, debater com um chefe de estado, coisas que se fosse o caso, o seu marido quem deveria fazê-lo.
Não se trata de ser cidadã de segunda ou de primeira classe, mas sim de falta de representatividade para fazer o que ela fez.
Certamente Lula ainda não se deu conta, que a postura da sua mulher, vai ajudar a derrotá-lo em 2026, ou talvez mesmo a sua própria postura de permitir a intervenção dela dessa forma, que causará o aumento da sua rejeição.
Será que Lula pensa em abrir mão para que ela dispute a reeleição em seu lugar? Talvez fosse melhor mesmo, porque aí ela se ganhasse a eleição, poderia aí sim fazer o que achasse melhor. Hoje ela tem de se ater ao seu papel de mero coadjuvante.
Lula para deixar que a sua mulher fosse candidata, teria de sair da presidência em abril de 2026, para cumprir o disposto na lei de inelegibilidades, se desincompatibilizando, talvez por essa razão ela jamais será a candidata.
De qualquer forma Janja já será a estrela da campanha, podendo inclusive isso ser o motivo de Bolsonaro optar por lançar a sua mulher, Michele Bolsonaro, como candidata, até porque transformaria a campanha em colar a rejeição de Janja em Lula com mais facilidade, já que Lula tem já uma rejeição alta, mas ainda inferior à da sua mulher.
Derrotar Janja será ainda mais fácil do que derrotar Lula, ainda mais depois que a democracia relativa de Lula será bem explorada por todos, aliado a defesa de uma anistia para tirar Bolsonaro da prisão.
Não foi à toa, que o governador Ronaldo Caiado, já candidato declarado à presidência, já anunciou que dará anistia a Bolsonaro no primeiro dia de sua suposta presidência, gesto que deverá ser seguido por todos os candidatos contra Lula na próxima eleição.
A campanha será transformada em um plebiscito, se Bolsonaro deve ou não continuar preso, assim como a campanha para o Senado será transformada em um confronto com o Judiciário, pelas mesmas razões, ou seja Bolsonaro vitimado pela prisão.
O que vai acontecer de verdade, ainda não podemos afirmar, mas que a democracia relativa do Lula já começou a ser explorada, isso ninguém tem mais dúvidas.