O cantor Marlon Brandon Coelho Couto, o MC Poze do Rodo, foi preso nesta quinta-feira (29), por apologia ao crime e suspeita de envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Os agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) o encontraram em casa, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O MC foi levado para a Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte, onde presta depoimento. A mulher dele, Viviane Noronha Geovanini, conhecida como Vivi Noronha, chegou ao local pouco depois. O advogado do cantor, Fernando Henrique Cardoso, informou que não foram encontradas armas na casa dele e que joias, celulares e outros dispositivos eletrônicos acabaram apreendidos. Um veículo da marca BMW também foi levado, por conta de uma infração administrativa de alteração de cor.
De acordo com as investigações, o cantor realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV, com a presença ostensiva de traficantes armados com armas de grosso calibre, como fuzis, garantindo a “segurança” do artista e do evento. Além disso, a investigação identificou que o repertório das músicas entoadas por ele faz clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incita confrontos armados entre facções rivais.
Ainda segundo a DRE, esses eventos são estrategicamente utilizados pela facção para aumentar seus lucros com a venda de drogas, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes.
A operação tem como base o cumprimento de mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, após evidências de que os shows realizados pelo artista são financiados pela organização criminosa, contribuindo para o fortalecimento financeiro da facção por meio do aumento do consumo de drogas nas comunidades onde os eventos são realizados.
Um desses eventos foi realizado no dia 19 de maio deste ano, na Cidade de Deus, Zona Oeste, com a presença de diversos traficantes armados. O show, no qual o cantor entoou diversas músicas enaltecendo a facção criminosa, ocorreu poucas horas antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), em uma operação policial na comunidade.
A Polícia Civil reforça que as letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos dos eventos criminosos.
Bens apreendidos
Em novembro do ano passado, MC Poze do Rodo e outros influenciadores foram alvo da operação Rifa Limpa, da Polícia Civil. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema ilegal de sorteios de rifas nas redes sociais.
Na casa do funkeiro, os agentes apreenderam carros de luxo, joias, incluindo diversos cordões e anéis de ouro e vários eletrônicos, como celulares e tablets. Uma Land Rover Defender blindada e uma BMW X6 foram levados para a Cidade da Policia (CidPol), no Jacaré, Zona Norte.
Em abril deste ano, após ter seus bens devolvidos pela polícia, o funkeiro afirmou que parte das joias apreendidas durante uma ação policial havia desaparecido. Através das redes sociais, ele relatou não ter encontrado itens como pingente de bíblia, bracelete e cordão de ouro. Num trecho, ele detalha: “Está faltando o meu cordão maciço desse pingente do leão. O meu advogado já está resolvendo”. Em uma foto publicada no feed do Instagram, o artista se manifestou. “Eu só quero o que é meu, e o que Deus generosamente me dá!”, disse.
Nos bens apreendidos pela ação policial havia 21 itens que somavam R$ 1,9 milhão.
Fonte: O Dia