A fábrica de velas São José, situada no Parque Visconde de Ururaí, em Campos dos Goytacazes, confecciona velas aromáticas, litúrgicas e de massagem.
Na cidade, a instituição representa um ramo de empreendedorismo que enfrenta desafios para o crescimento de sua visibilidade, mas que já possui relevância em diferentes áreas, como celebrações religiosas e tratamentos de saúde.
Fundador da indústria, o padre Carlos Augusto Duncan Franco, falou sobre a história de criação do projeto:
“O surgimento desse trabalho com velas vem desde o ano de 2010, quando eu, ainda seminarista, estava no Seminário Maria Imaculada da nossa Diocese de Campos e eu reaproveitava os restos de parafina das velas utilizadas nas celebrações para fazer novas velas, com o objetivo de economizar o dinheiro da comunidade e investir na sustentabilidade”, disse o ministro. No ano de 2023, tendo retornado de meus estudos do Mestrado, na Espanha, assumi como administrador Paroquial a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Parque Lebret. Ali retomei com meu desejo de fabricar as velas e comecei a investir em maquinários, a fim de que aquele hobby, pudesse se transformar em meio de ajudar aqueles que necessitam de trabalho e de me aproximar da juventude que vem andando sem uma referência, disse o sacerdote
CEO, o padre ressalta que o objetivo da empresa vai além do âmbito econômico:
“A fábrica de velas São José começou com esse propósito não só de economia, mas também da promoção de uma sustentabilidade e do cuidado ecológico, uma vez que fazemos reciclagem de materiais, mas para poder dialogar com uma juventude que sofre pela solidão. No mundo de hoje vivemos nos enganando ao dizermos que não nos sentimos sós. Temos muitas relações ao nosso redor, mas em sua maioria são virtuais e não constroem laços de verdade. O ser humano é um ser de relacionamento e como dizia o Papa Francisco, recém falecido, somos seres de encontros. Necessitamos de relacionamentos reais, humanos, fraternos e isso só é verdadeiramente possível através do convívio real”.
A empresa, na tentativa de auxiliar os jovens da região, além de priorizar a contratação de pessoas que estejam nesta faixa-etária, proporciona oportunidades para que elas exerçam atividades manuais, em uma época marcada pelo uso constante de telas e tecnologias.
Atualmente uma das responsáveis pela instituição, a administradora e empreendedora, Sabrina Lírio, demonstra seu orgulho pelo trabalho que tem sido feito: “É gratificante para nós oferecer um ambiente de trabalho saudável e proporcionar para eles a oportunidade de conquistarem o seu primeiro recurso financeiro”, afirmou a colaboradora.
Em carta de agradecimento por um ano de participação, Sabrina expressou sua gratidão ao Padre Carlos:
“Me lembro como se fosse ontem o dia em que ouvi falar das Velas São José pela primeira vez e algo me surpreendeu neste mês de abril, completei um ano de trabalho. Sem dúvidas existe a Sabrina de antes e a de depois. Tinha muito medo de errar, porém é óbvio que isso aconteceria um dia e para a minha surpresa, o Padre Carlos Augusto faz até hoje dessas situações motivos de risada e me apoia, o que me ajudou a substituir o medo pela vontade de tentar cada vez mais”, afirmou a integrante do grupo.