CAPSi: Acolhimento e assistência terapêutica humanizada a crianças e adolescentes em Campos

Atualmente mais de 2.100 crianças e adolescentes são assistidos na unidade, por diversas oficinas e equipe multiprofissional, o que diferencia, por exemplo, do atendimento ambulatorial

Por Sâmela Braga

Foto: Rodrigo Silveira

O Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) Dr. João Castelo Branco é referência na assistência terapêutica para crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, em sofrimento psíquico grave e persistente. O serviço funciona 24 horas e atende por livre demanda e encaminhamento da rede de saúde ou intersetorial, como, por exemplo, Assistência Social e Justiça. Atualmente, mais de 2.100 crianças e adolescentes são assistidos na unidade, por diversas oficinas e equipe multiprofissional, o que diferencia, por exemplo, do atendimento ambulatorial.

A coordenadora Giovanna Moreira dos Santos Pessanha explica que entre as demandas que levam pais ou responsáveis a buscar assistência na unidade estão depressão, dependência química, paciente com problemas de saúde mental grave, como esquizofrenia, psicose, Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e o crescente número de Transtorno do Espectro Autista (TEA), tentativa de suicídio e autolesão.

“A gente entende que o sujeito que chega ao nosso serviço precisa de amor, atenção, ser ouvido, acolhido, de ser abraçado, e aí a gente trabalha em função disso. Oferecendo escuta, trazendo a família para perto, para estar escutando, observando essa demanda social que existe, porque nem sempre é só pessoal, mas social, cultural, religiosa. São muitas as demandas ao redor dessa criança e adolescente, então, nosso foco é entender o todo, o ambiente e tratar dentro do projeto terapêutico, o que é melhor para ela”, explica.

Jéssica Ribeiro, de 31 anos, leva o filho Noah de 3 anos para tratamento no CAPSi e comemora a evolução dele. “Ele tinha crise, batia com cabeça no chão, ficava agressivo, não olhava nos olhos, não brincava com os brinquedos que compramos para ele. Agora não, ele está tomando os remédios e não tem tanta crise. Ele se soltou mais para falar, conversa com minha mãe, brinca no quintal, está melhorando”, contou.

Quem também celebra mudanças é a Marilda Celestino Santana, de 57 anos, que acompanha o sobrinho Bruno Miguel, de 7 anos, que tem diagnóstico de Autismo e TOD. “Quando chegou aqui ele era muito nervoso, agitado. Estava passando por um processo muito difícil, pois nem conseguia ir para colégio. Fez a porta de entrada com psicóloga, depois foi para as oficinas, vem às consultas médicas. Estou saindo daqui muito bem, aliviada. Hoje ele brinca, está indo para o colégio, está evoluindo”, celebra a tia.

Para oferecer uma assistência terapêutica humanizada e acolhedora, o CAPSi oferece consulta com médico psiquiatra e técnicos de atenção psicossocial, como fonoaudiólogo, pedagogo, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, educador físico, enfermeiro e técnico de enfermagem. Todos os técnicos estão aptos para realizarem oficinas com as crianças e adolescentes. As oficinas são diversificadas por temas, dias e horários para abranger o maior número possível de assistidos. Também tem quatro leitos de acolhimento à crise, que são usados para estabilizar quadro de paciente e, posteriormente, levá-lo de volta para o domicílio ou abrigo.

“A gente consegue atender de forma acolhedora para que possa permanecer na luta antimanicomial, evitando as internações, pois trancar não é a melhor forma de cuidar. A gente acredita muito no cuidado com liberdade, no acesso ao social, aos lugares públicos comuns, ao convívio com todas as pessoas. O serviço psicossocial é muito necessário e o nosso trabalho é focado nisso: explorar habilidades para que nossos assistidos possam estar convivendo nos ambientes escolares, sociais, públicos, onde ele queira ir ou necessite estar inserido”, reforçou Giovanna.

O pai de Michael Barcelos da Conceição, de 13 anos, disse. “Agradeço primeiramente a Deus e depois ao atendimento que ele recebe aqui. Está sendo muito bom para ele. Tudo aqui é 100%”, disse Aldemir da Conceição Antônio, de 56 anos.

O CAPSi funciona na Rua Salvador Corrêa, nº 218, no Parque Conselheiro Thomaz Coelho.

Fonte: PMCG

Compartilhar:

RELACIONADAS

NOTÍCIAS