BAND FM CAMPOS

Operação Falso Profeta: pastores usavam nomes de Trump, Sarkozy e Bolsonaro em golpes

O golpe pode ser considerado um dos maiores já investigados no Brasil

Por Lyandra Alves

Foto: Reprodução

Com promessas de ganhos estratosféricos, boa lábia e muita criatividade, pastores e missionários investigados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por golpe contra fiéis usavam até mesmo nome de políticos para dar credibilidade aos investimentos fraudados.

Deflagrada operação contra pastores suspeitos de aplicarem golpe em mais de 50 mil vítimas

Na hora de dar o golpe, os criminosos citavam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e até lideranças internacionais, como Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, e Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França.

Uma vítima do Rio de Janeiro, que conversou com a coluna sob a condição de anonimato, contou que chegou a investir o total de R$ 5 mil na esperança de receber ao menos R$ 3 trilhões.

“Na época das eleições, eles diziam que a gente precisava votar no Bolsonaro porque, se o Lula se elegesse, ia dificultar os pagamentos. Que havia investimentos vindos da Suíça, da Alemanha, de Paris, e receberíamos em euro. Diziam que o Guedes (Paulo Guedes, ex-ministro da Economia) já tinha assinado tudo para liberar os pagamentos”, afirmou.

“Diziam que o Pix foi criado pelo Bolsonaro para facilitar os pagamentos, porque, se continuasse apenas com o TED, ninguém ia conseguir receber os valores astronômicos”, acrescentou.

Ela confirmou que a quadrilha usava a teoria conspiratória da “Nesara Gesara”, que teria “relação com aportes internacionais”, para enganar os fiéis. “Criaram um site e pediam fotos de todos os nossos documentos. Ainda nos orientavam a mudar de cidade assim que o dinheiro saísse, porque poderíamos ser perseguidos devido à grande quantidade de recursos. Sumir de casa, vender a casa e sumir. Davam várias estratégias.”

Durante as negociações, os golpistas não poupavam argumentos e explicações esdrúxulas. Alegavam até que Nicolas Sarkozy era um dos apoiadores.

“Também diziam que o Donald Trump ajudou a andar essas operações, porque o Joe Biden dificulta os pagamentos, e que a maior parte viria dos Estados Unidos. Insistiam que o dinheiro é uma devolução dos EUA e de outros países, que roubaram o país por muitos anos, e essas doações vêm para pessoas escolhidas por Deus para serem abençoadas. Reforçavam que Deus sabe quem são as pessoas que realmente precisam e vão usar o dinheiro com projetos sociais, seríamos os indicados por Deus”, relatou.

Fonte: Metrópoles

Compartilhar:

RELACIONADAS

NOTÍCIAS