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O Dia em que o Fluminense entrou para a História: Tricolor conquista a glória eterna em casa pela primeira vez

Após 121 anos de espera, chegou a hora e o Maracanã, palco de tantos momentos icônicos do futebol, recebeu mais um capítulo em sua rica história

Por Daniel Carlos

Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo

Crônica de Jorge Guilherme

Venceu o Fluminense, com o verde da esperança! Após 121 anos de espera, chegou a hora e o Maracanã, palco de tantos momentos icônicos do futebol, recebeu mais um capítulo em sua rica história no dia 4 de novembro de 2023. O Tricolor das Laranjeiras levantou o troféu da Copa Libertadores da América, marcando uma vitória significativa não apenas para o clube, mas para todo o futebol brasileiro, que vê triunfar um jovem treinador que aposta no estilo canarinho de jogar bola. A partida começou com a energia característica de uma final. No gramado, dois palcos montados trouxeram um toque especial à cerimônia de abertura, com Ferrugem e Yerba Brava representando musicalmente as duas nações. Mas, como sempre, a verdadeira música estava nas arquibancadas, que tiveram uma atuação digna de uma final continental.

Em campo, o Fluminense de Fernando Diniz, mostrou desde o início que estava ali para jogar. Com passes precisos e movimentação constante, propondo o jogo, a equipe carioca começou dominando e ditando o ritmo da partida. O Boca Juniors, por sua vez, adotou uma postura mais cautelosa, esperando por uma oportunidade de contra-ataque. O tricolor pressionava e buscava o gol, contra um boca mais preocupado em se defender e fazer o tempo passar, sem abrir mão da cera para isso. A defesa argentina funcionou até que, aos 36 minutos, ele, sempre ele, Germán Cano, com seu faro de gol, apareceu mais uma vez para entrar de vez na galeria de ídolos tricolores e abriu o placar, dando ao Fluminense a vantagem inicial. Keno, com sua habilidade característica, fez uma jogada pela direita e cruzou rasteiro para o atacante argentino, que não perdoou. O artilheiro da Libertadores colocou o Fluminense à frente, marcando seu 13º gol na competição. O estádio vibrava “fazendo o L”, e o sonho do título inédito parecia cada vez mais próximo. O primeiro tempo acabou sem muito perigo para a meta dos cariocas e marcado pelo domínio da posse de bola, características do estilo de jogo de Diniz.

No segundo tempo, no entanto, o Boca Juniors, com sua tradição e garra, a equipe argentina pressionou mais, e sua persistência foi recompensada. Advíncula, em uma jogada individual, chutou de fora da área aos 27, empatou a partida, silenciando momentaneamente os tricolores e fazendo a torcida xeneize explodir no Maracanã. Um belo gol pra premiar a boa atuação do artilheiro da equipe argentina na Libertadores. Foi o quarto tento do lateral na competição. No último lance de perigo da partida, durante o tempo normal, Diogo Barbosa ainda desperdiçou um chance única, para poupar os tricolores de uma temida prorrogação e de reviver diversas lembranças de 2008, quando o tricolor perdeu a final contra a LDU, no mesmo Maracanã. Cara a cara com Romero, o lateral tricolor acabou chutando para fora e o empate levou o jogo para a prorrogação.

Foi aí que a magia aconteceu. John Kennedy, que havia entrado no segundo tempo, depois de escutar de Diniz a profecia de que marcaria o gol do título, se tornou o herói da noite. Após um lançamento preciso de Diogo Barbosa, Keno ajeitou de cabeça e Kennedy, com um chute certeiro, marcou o gol da vitória, aos oito minutos do primeiro tempo da prorrogação, e colocando seu nome para sempre na história do clube. A massa tricolor no Maracanã voltou a vibrar, e a festa pó-de-arroz estava garantida. Durante a comemoração, porém, o moleque de Xerém foi para a torcida, subindo uma escada de acesso à arquibancada, o que é, pela regra atual, punido com cartão amarelo. Foi o segundo dele e o Fluminense ficou com um a menos. Porém, a vantagem numérica do Boca durou pouco. No fim do primeiro tempo da prorrogação, Fabra deu um tapa em Nino e também foi expulso. Nos 15 minutos finais, o time carioca se plantou na defesa e segurou a vitória.

Olhando além da final, a caminhada do Fluminense até este ponto foi marcada por determinação e resiliência. O time enfrentou adversidades, superou desafios, mantendo-se firme nas dificuldades, como se espera de um time de guerreiros e, no final, provou seu valor.
Marcelo, um dos pilares da equipe, teve um momento particular especial. Tendo já conquistado a Champions League cinco vezes, ele agora adicionou a Libertadores à sua lista de conquistas, um feito restrito a poucos jogadores.

E quanto a Diniz? O técnico, que já tinha uma conexão especial com o clube, solidificou sua posição como uma figura central na história do Fluminense. Sua visão e liderança, unidas as suas fortes convicções, foram cruciais para o sucesso da equipe. Ao final da partida, uma coisa era certa: o Fluminense havia feito história. E enquanto os jogadores comemoravam e a torcida celebrava, em lágrimas, o Maracanã testemunhava um momento único em suas arquibancadas: Uma time carioca finalmente conquistando um título da Libertadores em sua casa. Vitória, Fluminense!

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