Alunos da Faculdade de Medicina de Campos (FMC) dos Goytacazes realizaram, nesta segunda-feira (4), uma manifestação na frente da unidade contra o aumento da mensalidade de 2024. No mesmo dia, foi realizada uma reunião pra deliberação do orçamento do próximo ano.
Segundo os estudantes, dentro da reunião foi argumentado sobre: a insatisfação dos alunos com a projeção feita de 4,82% (R$467,35); aumento de 10% no ano passado; superávit milionário de uma instituição filantrópica (20 milhões); obras orçadas anos após anos e nunca realizadas; falta do básico tanto na faculdade quanto nos hospitais que fazemos estágio; entre outra colocação de insatisfação total com esse reajuste proposto.
Ainda de acordo com eles, ao expor a voz dos alunos, as representantes do diretório foram interrompidas com a alegação de que aquela não era uma reunião pra aprovar a mensalidade e que isso já havia sido definido em uma reunião no último dia 29.
Os alunos alegam que essa reunião citada, na verdade, teria sido conduzida como parte da negociação do reajuste que se iniciou com o valor de 5,19% e foi pra 4,82%, passado para próxima etapa que deveria ter acontecido na reunião do Conselho Supremo desta segunda-feira (4).
Por meio de post nas redes sociais, o Diretório Acadêmico Luiz Sobral afirma que todos os alunos foram induzidos ao erro e manipulados em relação a definição real dessa porcentagem e quando ela aconteceria de fato.
“Estamos completamente revoltados com tudo isso. Exigimos respeito. A FBPN e a PMC precisa nos ouvir. Não nos calaremos. Não ao reajuste!”, escreveram.
Por meio de nota, a Fundação Benedito Pereira Nunes, mantenedora da Faculdade de Medicina de Campos, esclareceu por meio de nota que:
“Não houve aumento real das mensalidades, apenas o reajuste mínimo baseado no IPCA de outubro de 2023 (4,82%). Todo o processo de discussão e aprovação seguiu os trâmites institucionais, passando pelos conselhos responsáveis. Tendo sido, inclusive, enviado ao PROCOM municipal, como determina a legislação. Caso a FBPN/FMC não cumpra o reajuste apresentado, estaria implicando em renúncia de receitas, indo contra as regras de responsabilidade fiscal, destacando que a FBPN é fiscalizada pelo Ministério Público das Fundações. O que foi discutido na noite de ontem (4/12), pelo Conselho Supremo da FBPN, não foi o reajuste da mensalidade, a pauta única era a apresentação do orçamento para o ano de 2024. Proposta que já tinha sido aprovada por unanimidade pelo Conselho Curador da FBPN e pela Auditoria Externa. Após a discussão, foi aprovada também pelo Conselho Supremo. Quanto à filantropia da instituição, a legislação não está condicionada a valores de mensalidade, apenas que as instituições de ensino ofereçam bolsas de estudo integrais e parciais à comunidade, o que a FBPN/FMC cumpre rigorosamente, ofertando cerca de 20% das matrículas dos estudantes dos cursos ofertados pela FMC. O lucro advindo das atividades prestadas é revestido integralmente nas melhorias e aprimoramentos.”