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Rosinha vai à PF, mas fica em silêncio durante depoimento

A matriarca da família Garotinho é investigada pela Operação Rebote, que aponta para um possível rombo de R$ 383 milhões no Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Campos (PreviCampos)

Por Lyandra Alves

Foto: Reprodução

A ex-governadora do Rio de Janeiro e ex-prefeita de Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinhos, compareceu nesta terça-feira (5) à sede da Polícia Federal (PF). Ela foi prestar depoimento sobre investigações que apontam para um possível rombo de R$ 383 milhões no Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Campos (PreviCampos). Apesar da presença, ela ficou em silêncio durante o depoimento.

Operação Rebote

A matriarca da família Garotinho é investigada pela Operação Rebote, deflagrada no último dia 28. Na ocasião, ela foi alvo de mandados de busca e apreensão em sua residência.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Wesley Amato, foram arrecadados elementos de prova para conseguirem o indiciamento dos envolvidos pelo crime de gestão fraudulenta.

“Atas de reuniões eram fraudadas, os membros das comissões não compareciam às deliberações e mesmo assim faziam os aportes”, declarou Wesley.

Segundo Amato, a operação teve como objetivo a apuração de possíveis fraudes envolvendo a aplicação de fundos do Instituto de Previdência dos Servidores do Município, o PreviCampos, cometidas no segundo semestre de 2016. “Percebemos uma mudança abrupta da autarquia. Ela vinha realizando investimentos em fundos seguros como os do Banco do Brasil, Caixa e Itaú. Posteriormente, ela faz uma mudança radical e passa a investir em fundos de menor conhecimento, pouca liquides, e pouca garantia que tivesse retorno para a instituição”.

Ainda de acordo com o delegado, a estimativa é que R$ 383 milhões foram aportados nesses fundos. “Quem fazia esses aportes era uma empresa de consultoria que fazia a ponte entre os agentes e os proprietários dos fundos”.

Ao todo, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. “Foram 12 alvos em Campos: os diretores, a prefeita à época e os membros dos conselhos. Em Santos e em São Paulo foram 4: membros da da empresa intermediária de consultoria que fazia o lobby. e outros dois alvos no Rio de Janeiro”, disse Amato.

O advogado de defesa de Rosinha, Paulo Roberto, firma que ação e os mandados de busca e apreensão realizados na casa de sua cliente foram medidas invasivas e que não haveria nenhuma ilicitude cometida por ela em relação ao PreviCampos.

“O que é apontado contra Rosinha não é Fraude, é uma nomeação de pessoas que não teriam aptidão (para os cargos). não foi imputado à Rosinha desvio ou fraude de recursos, mas a nomeação de quando ela era prefeita. Então, a medida invasiva de busca e apreensão em função de nomeação de pessoas é um absurdo”, afirmou o advogado.

Em relação à afirmação do advogado, o delega Amato afirmou que para realizar as investigações são necessárias medidas cautelares. “As medidas de hoje tiveram como objetivo conseguir mais elementos de provas para que futuramente não haja nenhum processo temerário”.

O nome da operação faz alusão ao termo, que segundo as investigações da Polícia Federal, era utilizado para o pagamento da comissão da empresa de consultoria.

“A empresa de consultoria fazia a investigação do fundo. Esse fundo pagava um rebote, uma comissão, para a empresa de consultoria”, afirmou o delegado.

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