“O tráfico de drogas está presente e ativo nas decisões políticas locais”. Para a comandante do 6º Departamento de Polícia de Área (DPA) do Estado do Rio de Janeiro, a Delegada Natália Patrão, essa é a mensagem que o vereador Bruno Pezão (PP), preso em flagrante na manhã desta quarta-feira (18), enviou para a população de Campos dos Goytacazes (RJ) quando realizou um comício em Campo Novo com a participação por videoconferência de José Ricardo Rangel de Oliveira, conhecido como “Ricardinho”, preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, desde 2010.
Pezão foi preso por suspeita de lavagem de dinheiro durante as diligências da “Operação Pleito Mortal”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (18). A ação, conduzida pela Polícia Civil em conjunto com o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público), tinha como objetivo investigar o assassinato de Aparecido Oliveira de Morais, ocorrido em 19 de julho de 2024, na localidade de Campo Novo. Aparecido, que havia selado um acordo político com o candidato Diego Dias, concorrente de Bruno Pezão nas eleições, foi morto com oito tiros enquanto estava em seu carro. A polícia apura se o crime teve motivações políticas, dado o domínio eleitoral da vítima em Campo Novo.
Durante a operação, foram apreendidos R$ 663 mil reais em espécie, R$ 469 mil reais em cheques e notas promissórias, além de arma de fogo, simulacro e diversos celulares. Segundo representante do GAECO, em entrevista coletiva, a arma de calibre 380 apreendida após buscas na residência do vereador Pezão, no Edifício Vollare, passará por exame de confronto balístico, pois os projéteis que atingiram o corpo de Aparecido eram do mesmo calibre.
Além de Pezão e Ricardinho, também são investigados Diego de Souza Maciel (chefe de gabinete de Pezão); Adriano Piedade da Silva (assessor de Pezão); Raphael Mendonça dos Santos; e Uelinton Barreto Viana, conhecido como “Hulk”.