Mesmo condenado a 280 anos de prisão, ‘Maníaco do Parque’ pode ser solto em 2028

Francisco de Assis Pereira matou sete mulheres e estuprou outras nove, em 1998, em São Paulo

Por Rodolfo Augusto

Foto: Reprodução/Band

Em quatro anos, um dos criminosos que mais chocou o Brasil pode voltar a circular pelas ruas. Temido, mas também alvo de muita curiosidade, Francisco de Assis Pereira, conhecido como o “Maníaco do Parque”, deverá sair da penitenciária de Iaras, que fica no interior de São Paulo, em agosto de 2028.

O motoboy ficou conhecido nacionalmente após ser condenado por matar sete mulheres e roubar e estuprar outras nove, em 1998, no Parque do Estado, na zona sul da capital paulista. Ao falar com repórteres após a prisão, em agosto daquele ano, negou ter cometido os crimes:

  • Você matou essas mulheres?
  • Não matei. Quem matou está bem solto por aí.

´´Não tenho ideia nenhuma sobre o que aconteceu lá. Estão falando que fui eu, pode ser alguém parecido comigo´´,disse.

Pelos crimes, Francisco de Assis Pereira teria que cumprir mais de 280 anos de prisão, mas, pela lei brasileira, ninguém pode ficar mais de 30 anos na cadeia. 

Em algumas oportunidades, chegou a garantir que, caso fosse solto, voltaria a matar. Foi o que ressaltou, nesta semana, Ulisses Campbell, autor da biografia não autorizada do assassino.

“Logo que foi preso, em 1998, Francisco de Assis, o ‘maníaco do parque’, disse que voltaria a matar se fosse solto porque uma ‘força demoníaca’ fazia com que ele cometesse esses crimes. No seu julgamento, em 2000, ele repetiu dentro do tribunal do júri que, se ele estivesse livre, voltaria a matar porque aquele ‘espírito maligno’ ainda estava dentro dele. Em 2013, dentro da penitenciária de Iaras, repetiu para uma psicóloga que, se fosse solto, voltaria a matar”, disse o escritor.

Francisco escolhia as vítimas a dedo. Ele convencia mulheres, com idades entre 17 e 27 anos, com a promessa falsa de que iria ajudá-las a ter uma carreira de modelo. O criminoso então as levava para uma área de mata dentro do Parque do Estado, dizendo que faria fotos. Lá ele estuprava, matava e enterrava. 

Algumas vítimas conseguiram fugir. “Ele me disse: vamos fazer o seguinte, eu vou te dar dois minutos para que você corra, mas se você não conseguir eu vou atrás de você”, contou uma delas. 

As vítimas fatais foram Patrícia Gonçalves, de 24 anos; Selma Ferreira, de 17; Raquel Mota, de 23 anos; Isadora Fraenkel, de 19 anos; e Rosa Alves, aos 21. Outras duas mulheres não foram identificadas. Os corpos foram encontrados entre janeiro e agosto de 1998. As mulheres estavam ajoelhadas e com sinais de violência sexual, além de marcas de mordidas.

Hoje, aos 56 anos, Francisco de Assis Pereira divide uma cela com outros presos e, nos momentos em que são liberados para algumas atividades internas, passa horas sentado sozinho no pátio do pavilhão bordando tapetes e toalhas para banheiros. Ele teria chegado inclusive a conseguir algum dinheiro vendendo o artesanato para famílias de presos, em dias de visita.

Outros crimes de grande repercussão

Serial killer de Goiânia

Outro criminoso brasileiro que também chama atenção pela frieza e pelo grande número de vítimas é Tiago Henrique Gomes da Rocha, conhecido como o “serial killer de Goiânia”. O vigilante foi condenado por mais de 30 assassinatos. Ele está preso desde 2014, e a pena chega a quase 700 anos de prisão.

Tiago costumava sair de moto e escolhia as vítimas de maneira aleatória, mas quase sempre mulheres. Em alguns casos, o criminoso se aproximava dos alvos e chegava a simular um assalto. Para matar ele usava uma arma que furtou da empresa de vigilância em que trabalhava. 

Tiago chegou a conversar com um repórter na época e disse que “uma força maior” o motivava a realizar os assassinatos:

  • O que passava pela sua cabeça, quando você pegava a sua moto e saia com vontade de matar?
  • Sem explicação, uma coisa maior que eu, uma força maior.

Pedrinho matador

Na lista dos assassinos em série que chocam até hoje está também Pedro Rodrigues Filho, o “Pedrinho matador”. O homem foi condenado por 71 crimes, mas ele mesmo chegou a dizer que tinha sido responsável pela morte de mais de 100 pessoas, até mesmo dentro do próprio sistema prisional.

Eu matava muito, para mim não era novidade.

Pedrinho foi solto em 2007, mas teve que voltar para a cadeia, onde ficou até 2018, quando foi colocado em liberdade, aos 64 anos e após ter ficado 42 preso. Em março de 2023, Pedrinho foi assassinado por homens encapuzados e armados em Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo. Ele estava sentado em uma cadeira, na frente da casa em que morava. Foi baleado seis vezes e ainda teve o pescoço cortado. Os suspeitos não foram encontrados.

Fonte: Band Jornalismo

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