Pela primeira vez na história do futebol, em qualquer superfície, Brasil e Argentina se enfrentarão na final de um campeonato mundial. Será na decisão da Copa do Mundo de Futsal da Fifa, no próximo domingo às 12h (horário de Brasília), em Tashkent, no Uzbequistão – a TV Globo e o sportv transmitem ao vivo. A Argentina se classificou à grande final ao derrotar a França nesta quinta-feira em Tashkent, por 3 a 2, na semifinal da competição.
Nem no campo de grama, nem na areia e nem na quadra os dois arquirrivais sul-americanos fizeram uma final de Mundial antes desta Copa de futsal de 2024. O encontro se fez possível após a vitória da Seleção Brasileira sobre a Ucrânia em jogo dramático na quarta-feira, e com o triunfo argentino sobre os franceses em partida bem mais aberta, mas igualmente nervosa e também decidida por um tiro livre direto nos minutos finais.
Após um primeiro tempo de três gols em menos de 10 minutos, a França empatou o placar no início do segundo tempo e criou um ambiente tenso e muito pegado nos 15 minutos derradeiros. Os dois lados chegaram à reta final pendurados com cinco faltas, mas foi Guirio, um dos destaques franceses na partida, quem cometeu a sexta falta de sua equipe num lance desnecessário no campo de ataque.
Isso proporcionou aos argentinos a chance de cobrar um tiro livre de dez metros com cerca de 3min30s restando. Arrieta cobrou com perfeição no lado esquerdo, seu segundo gol na partida, e sacramentou a classificação da Albiceleste, campeã mundial em 2016, à sua terceira final consecutiva. Contra o Brasil, fará um revanche da semifinal da Copa de 2021, vencida pelos “hermanos” por 2 a 1.
Primeiro tempo frenético
Os primeiros 10 minutos foram intensos, com trocação franca entre os adversários. Com apenas dois minutos, Brandi saiu na cara do goleiro Lokoka, que o derrubou. Pênalti para a Argentina, convertido por Arrieta, seu terceiro gol em cobrança de penalidade na Copa.
A França não se intimidou com a desvantagem precoce. E três minutos depois, empatou em chute cruzado de Menendez, aproveitando o bloqueio proporcionado por Mamadou Toure. Mais dois minutos e a Argentina voltou à frente no placar. Borruto fez grande jogada individual, passando por três adversários, e bateu cruzado. Claudino fechou na segunda trave e completou para o gol.
O ritmo frenético dos primeiros dez minutos diminuiu na metade do primeiro tempo, quando os argentinos passaram a cadenciar mais o ritmo. Ainda assim, sofreram dois sustos: primeiro num erro que rendeu uma chance na cara do gol para Mohammed, que chutou por cima. Restando pouco mais de um minuto na parcial, Mohammed recebeu um passe de escanteio e chutou no travessão. A bola pareceu quicar dentro do gol, mas após desafio em vídeo pedido pela França, o árbitro afirmou que a bola não cruzou completamente a linha.
Os franceses voltaram para o segundo tempo pressionando. Guirio perdeu uma oportunidade na cara do gol em um contra-ataque, e Saadaoui chutou para fora ao receber livre na esquerda. A insistência deu resultado na marca de quatro minutos: Menendez chutou com força e Sarniento espalmou para frente. Mamadou Toure pegou o rebote e tocou para dentro.
O confronto ficou aberto novamente, com os dois times se lançando ao ataque com velocidade e abusando de lances individuais. Conforme o tempo passava, o nervosismo dos dois lados também aumentava, junto com uma maior rispidez no contato físico e as cobranças à arbitragem.
Apesar de criar muitas oportunidades, ambos os times concluíam mal, com muitos chutes fora do alvo. Nos seis minutos finais, os times voltaram a acertar a pontaria, mas os goleiros apareceram bem. Arrieta forçou uma grande defesa de Lokoka a seis minutos do fim. O mesmo Arrieta lançou Borruto um minuto depois e Lokoka defendeu mais uma vez. Do outro lado, Mouhoudine chutou em cima de Sarniento.
As duas equipes estavam penduradas com cinco faltas e, como na semifinal do Brasil, um tiro livre direto decidiu a partida. Guirio cometeu a sexta falta dos franceses e Arrieta converteu o tiro livre com cerca de três minutos restando.
A França se lançou ao ataque com goleiro-linha, e quase sofreu o quarto gol num chute de longe de Bolo Alemany, que parou na trave. Toure achou Bendali duas vezes na área, mas o camisa 7 chutou a primeira sobre o gol e furou a segunda. Nos segundos finais, Sarniento defendeu à queima-roupa um chute de Mohammed para assegurar a classificação argentina à sua terceira final consecutiva.
Fonte: GE