Gabrielzinho resume efeito da fama pós-Paris: “Antes corriam de mim, hoje correm para tirar fotos”

Em visita ao Praia Clube, em Uberlândia, medalhista paralímpico fala sobre preparação para Los Angeles-2028 após três ouros na França: "Fazer ainda melhor"

Por Rodolfo Augusto

Foto: Vinícius Oliveira/Assessoria UniAcademia

Um mês depois dos Jogos Paralímpicos de Paris, Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, parece cada vez mais acostumado aos holofotes. As três medalhas de ouro conquistadas na França alçaram o atleta brasileiro a um status de “celebridade” inédito na carreira dele. Um cenário de carinho e gratidão muito diferente do que ele conheceu na infância.

Enquanto os treinos para as próximas competições não começaram, Gabrielzinho tem enfrentado uma nova rotina pesada: a de fotos, entrevistas e eventos. Na semana passada, o atleta participou do Show da Esperança, da TV Globo, com direito a dancinha no palco e pedido de doação para os projetos apoiados pelo Criança Esperança.

Ao ge, Gabriel afirmou que a fama conquistada após o brilho em Paris é motivo de orgulho. O nadador também vibrou com a visibilidade maior dada ao esporte paralímpico e aos atletas com deficiência após os Jogos.

“Acho muito importante o carinho de todo mundo, principalmente das crianças. Cresci acostumado com as crianças correrem de mim, hoje elas correm para tirar fotos comigo”.

´´Isso para mim é muito especial e mostra que o esporte paralímpico está crescendo cada vez mais. Quanto mais visibilidade a gente tiver, mais isso vai acontecer com todos nós´´, acrescentou.

De férias após as Paralimpíadas, Gabrielzinho esteve no Praia Clube, em Uberlândia, para compromissos pessoais. Mesmo assim, não perdeu a oportunidade de cair na piscina do clube, que defende desde 2022. A preparação para Los Angeles-2028, porém, deve começar nos próximos meses.

´´Estou descansando um pouco a cabeça. o ciclo foi um pouco puxado, bem complicado. É descansar um pouco, recuperar as energias para fazer em Los Angeles ainda melhor do que foi em Paris´´, afirmou Gabriel.

Além dos três ouros em Paris, Gabriel já tinha conquistado três medalhas em Tóquio-2021. Para Gabrielzinho, o segredo para conquistar o mundo pelo esporte é simples: cativar o amor pela natação.

´´Quando eu estou nadando, estou no meu habitat natural. Me conecto muito com a água. Esqueço de tudo que acontece fora da água, quando eu caio nela, é somente eu e ela. A sensação parece ser a mesma da primeira vez que nadei. Faço natação com muito amor, e isso facilita o trabalho. Quando você trabalha com alegria, você consegue ir mais longe do que imagina´´, acrescentou o atleta.

“Desde que nasceu é um campeão”

Quem também tem comemorado o sucesso de Gabriel é a mãe dele, Eneida Magna. Companheira do filho dentro e fora das competições, ela destacou a importância da família no crescimento do atleta e afirmou que ele é merecedor do carinho que tem recebido.

´´O apoio da família é muito importante. No caso dele, em que a deficiência é grande e ele precisa de ajuda para fazer as coisas, é importante a família estar junto. Não é só agora que ele se tornou um ídolo, mas desde que ele nasceu eu procurei estudar para poder dar o melhor suporte para ele´´, disse sua mãe.

“Ter esse filho em casa como campeão não é novidade. Desde que ele nasceu ele é um campeão. Só de ter superado tantas coisas para chegar aonde chegou, ele é campeão”.

Gabriel é paratleta do Praia Clube, mas treina em Juiz de Fora, onde foi formado pelo Clube Bom Pastor. As estratégias de treinamento são montadas pelo treinador Fabio Antunes, que é professor na universidade.

O brasileiro se tornou celebridade nos Jogos Paralímpicos de Paris. As danças e brincadeiras ao fim de cada vitória – ou cada amasso, como ela gostava de dizer – conquistaram o público que ovacionava o nadador como se fosse atleta da França na Arena La Defense.

Na cerimônia de encerramento, Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador de Paris 2024, fez questão de citar Gabrielzinho dentre as “coisas magníficas” que aconteceram durante os Jogos. O sucesso também rendeu a ele o apelido de “Pelé das Piscinas”, dado por uma TV francesa.

O carinho não ficou restrito às arquibancadas francesas. Na chegada ao Brasil, Gabriel foi recebido com festa na universidade em que estuda Jornalismo, em Juiz de Fora. Depois, desfilou no carro do Corpo de Bombeiros pelas ruas da cidade, acompanhado por uma multidão.

Fonte: GE

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