Professores da UFF falam sobre projeto desenvolvido em escola municipal de Campos

“Mão na massa e pé na rua: programa interdisciplinar de integração científica, inclusão tecnológica e prática cidadã entre o ensino básico e o ensino superior” é o projeto aprovado no programa nacional Mais Ciência na Escola

Por Rodolfo Augusto

Foto: Igor Teixeira / Divulgação

Professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) responsáveis pela aprovação do projeto “Mão na massa e pé na rua: programa interdisciplinar de integração científica, inclusão tecnológica e prática cidadã entre o ensino básico e o ensino superior”, no Programa Nacional Mais Ciência na Escola, falaram sobre a vitória de Campos, que está representando todo o Estado do Rio de Janeiro.

São responsáveis pela conquista a professora doutora Mônica Savedra, pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação da UFF; doutora Andréa Soutto Mayor, coordenadora geral do Projeto; doutor Christiano Britto Monteiro Santos, professor adjunto da UFF-Campos, autor do Projeto – Grupo I, e representante da América do Sul e América Central do History of games (Acesse aqui), e o Igor Teixeira, mestre e professor de História e de Projeto Computacional da rede municipal de ensino, na Escola Municipal José do Patrocínio.

Para o professor Christiano, o Programa Mais Ciência é uma iniciativa fundamental para democratizar o acesso à ciência e tecnologia na educação pública. “Em Campos dos Goytacazes, o fato de a rede municipal já contar com os programas Mais Ciência e Mais Ciência na Escola foi decisivo para que estivéssemos preparados para atender às demandas do programa federal. Essa base local permitiu integrar rapidamente as ações nacionais às escolas municipais, maximizando os benefícios para alunos e professores”, ponderou.

Ele acrescentou que o Programa Mais Ciência tem um enorme potencial de transformação social, pois oferece à comunidade escolar das classes populares acesso a tecnologias e conhecimentos que, muitas vezes, ficam distantes da realidade dessas famílias.

“Ao integrar ciência, inovação e práticas pedagógicas inovadoras, o programa não só amplia o horizonte educacional, mas também promove a democratização da conectividade, preparando os alunos para um futuro em que a tecnologia e o pensamento crítico são fundamentais. Em Campos dos Goytacazes, essa integração tem um impacto direto na inclusão digital e no empoderamento dos estudantes, proporcionando novas oportunidades e desafios que antes não estavam ao alcance das classes populares”, afirmou.

Com a vitória, o projeto de Campos será financiado com verba do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para aquisição e Instalação de Sala Maker e Produção de Material Educacional Tecnológico nas Escolas Municipais José do Patrocínio (Penha) e Pequeno Jornaleiro (Centro), além de proporcionar formação e acesso à inclusão tecnológica.

Christiano acrescentou que a parceria também será desenvolvida em outras instituições de ensino. “Sob a liderança do Observatório de História Digital do grupo de pesquisa CNPq – G.A.M.M.E (Grupo de Análise de Metodologias Midiáticas para Educação), do Departamento de História da UFF em Campos dos Goytacazes, em parceria com o Departamento de História da UFF Niterói e outras instituições de ensino, como o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), o Colégio Federal D. Pedro II – Unidade Centr; CE Cizínio Soares Pinto e CE Raul Vidal, em NIterói; e a Escola Municipal José do Patrocínio em Campos dos Goytacazes, este laboratório tem como objetivo explorar novos modelos de ensino de História através da cultura maker, da inteligência artificial, de referenciais de história pública e de outras áreas do conhecimento”, disse.

A iniciativa, segundo ele, visa à análise e à produção de acervos históricos e materiais didáticos, utilizando peças de museus e outros recursos educacionais para criar roteiros textuais de videogames com temas históricos.

“Esses roteiros serão desenvolvidos sob a perspectiva do ensino de História e da História pública, aplicados em sala de aula, com o intuito de transformar o aprendizado em uma experiência interativa e significativa. As salas maker nas escolas participantes serão fundamentais para a implementação deste laboratório, proporcionando um espaço onde os alunos possam utilizar ferramentas como impressão 3D, fabricação digital, inteligência artificial e outras tecnologias para desenvolver produtos educacionais inovadores”, informou.

Ainda de acordo com Christiano, esses produtos servirão de base para o mercado de games, integrando referenciais da educação cidadã. Alunos de pós-graduação e licenciandos trabalharão juntamente com professores e estudantes de escolas públicas de educação básica em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e cidades vizinhas do Norte Fluminense e Região dos Lagos.

“Oficinas serão realizadas para a produção dos roteiros e haverá uma testagem desses materiais educativos com estudantes do ensino fundamental II. Este processo permitirá analisar como os conceitos de monumento, patrimônio e memória influenciam a percepção do passado e como podem ser aplicados em novas tecnologias, enriquecendo o ensino de História e promovendo um maior engajamento dos alunos”, destacou.

A professora Andréa lembrou que o projeto foi estabelecido em parceria entre a Universidade Federal Fluminense, Fundação Cecierj, Instituto Federal Fluminense, Instituto Federal do Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Norte Fluminense e Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de promover o letramento digital, a educação científica e tecnológica e despertar o interesse vocacional para carreiras científicas e tecnológicas de estudantes.

“As propostas de redes deste projeto são constituídas por 39 escolas de Ensino Fundamental 2, 30 escolas de Ensino Fundamental 2 e Médio, e 21 escolas de Ensino Médio, perfazendo um total de 90 escolas. O impacto científico e tecnológico na educação básica em escolas públicas é um dos pontos centrais desta proposta interdisciplinar e interinstitucional”, explicou Andréa.

Fonte: PMCG

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