O número de mortos nos incêndios que devastaram a ilha de Maui, do Havaí, subiu para 96 nesta segunda-feira (14). O governador do Estado do Havaí garante estar empenhado em apurar as causas dos incêndios e admitiu que o número de mortos ainda pode aumentar. O número de mortos nos incêndios florestais que devastaram a ilha de Maui, no arquipélago do Havaí, continua a aumentar e chegou aos 96 este domingo.
As autoridades admitem que este número possa aumentar porque há centenas de pessoas desaparecidas.
As famílias dos desaparecidos continuam à procura de sinais de vida, à medida que recebem pouca informação, uma vez que as operações de busca decorrem com lentidão. A força canina de busca e resgate foi reforçada e a administradora da Agência Federal de Gestão de Emergências diz que as equipas enfrentam agora um ambiente perigoso.
Decorrem também as investigações das causas dos incêndios, numa altura em que a maior distribuidora de eletricidade está a ser acusada de ter provocado os incêndios.
Uma ação coletiva nos tribunais dos EUA acusa a maior distribuidora de eletricidade do arquipélago de ter causado os incêndios e de estar na origem da tragédia por ter deixado as linhas de energia operacionais durante as condições previstas de alto risco de incêndio.
A acusação diz que a empresa devia ter desligado a energia das linhas elétricas quando foram emitidos avisos meteorológicos para alto risco de incêndio.
Quando os incêndios começaram na passada terça-feira e a ilha Maui ficou sem energia e telecomunicações, o sistema de alarme do Havai, o maior do mundo, não foi ativado, admitiram as autoridades.
Uma congressista republicana do Havai, Jill Tokuda, diz que as sirenes do Estado “provavelmente não dispararam” quando o incêndio começou.
“Não houve avisos de alarme enviados para os telemóveis porque não tínhamos cobertura de rede nem eletricidade nalgumas dessas zonas”, afirmou.
O governador do Estado do Havai garante que vai fazer de tudo para apurar o que aconteceu e prevenir situações futuras.
“Vamos descobrir o que poderíamos ter feito para evitar estas perdas de vidas, da melhor forma que pudermos”, garantiu Josh Green, admitindo que o número de vítimas mortais irá aumentar.
O secretário de Estado das Comunidades confirmou este domingo à RTP que “não há qualquer notícia de que haja qualquer cidadão português desaparecido ou que tenha sofrido outras consequências” nos incêndios que atingiram a ilha de Maui.
Alguns lusodescendentes chegaram a estar na lista de desaparecidos, mas já foram localizados. Até agora, o Ministério dos Negócios Estrangeiros diz não ter recebido nenhum pedido de apoio.
Estes incêndios do Havai são já os mais graves do último século nos EUA e os mais mortíferos. O número de mortos superou os do tsunami de 1960, que matou 61 pessoas.
O governador do Havai afirmou que mais de 2700 habitações foram destruídas e estimou as perdas materiais em cerca de seis mil milhões de dólares (cerca de 5,5 mil milhões de euros).
Fonte: RTP Notícias